Luciano Lupo, o primeiro Mr. Gay Brasil, conta como foi seu reinado

Luciano Lupo, de Cuiabá, está pronto para passar a faixa de Mr. Gay Brasil. O primeiro Mr. Gay brasileiro estará em São Paulo no dia 6 de setembro para garantir o trono ao novo postulante, que defenderá o Brasil na final mundial em Los Angeles. Nesta entrevista, ele conta como foi seu ano de Mr. Gay.

Como foi ser o primeiro Mr. Gay Brasil?
Quando decidi que participaria do concurso, não fazia idéia do tamanho da responsabilidade, hoje eu sei muito bem. Ser o primeiro é sempre mais difícil porque não se tem um modelo ou um exemplo a seguir, então resolvi ser eu mesmo e segui meus instintos, não tive que mudar minha personalidade ou meu modo de ser. Sempre estive pronto a fazer o que fosse preciso em prol da comunidade gay e mesmo entregando a faixa não mudarei meu pensamento e muito menos o meu comportamento. Estarei sempre pronto para a próxima etapa.

O que mudou na sua vida com esse título?
Eu cresci muito, aprendi muito, viajei muito, errei muito, lutei muito. Faria tudo novamente. Ter ganho esse título me trouxe mais confiança no que eu faço e o respeito e admiração das pessoas. A popularidade foi apenas uma conseqüência, mas que me fez entender e trilhar um caminho que eu jamais imaginei seguir. Minha família me admira ainda mais e eu consegui conquistar amigos nos quatros cantos do Brasil. Contudo minha vida ficou muito exposta e eu perdi a liberdade que tinha antes, mas isso não me incomodou.

Você sentiu não ter conseguido trazer o título para o Brasil no Mr. Gay Internacional. O que faltou?
Senti sim, tenho que admitir que o argentino Carlos Meliá estava mais preparado e mereceu o título. Se a minha comunicação (inglês) tivesse sido melhor, esse título seria nosso com toda certeza, acho que só faltou isso, mas eu posso garantir que fiz o máximo que pude para suprir isso, infelizmente não deu. Portanto, nosso próximo representante deve ter uma comunicação impecável, porque beleza teremos com toda certeza.

Quais foram os eventos que mais gostou de fazer?
Em todos os lugares que passei fui tratado com o maior respeito, mas o trabalho que mais me deu prazer foi ter participado da Campanha Vista-se em Campinas, era um trabalho que eu sempre queria fazer e me deram essa oportunidade que eu agarrei com todas as minhas forças. Acho importante um representante da comunidade gay fazer uma campanha que trata de prevenção a AIDS DSTs e de incentivo ao uso da camisinha. Também participei da parada gay de Campinas onde fui tratado como um rei e pude sentir como tenho a admiração da comunidade em geral. Em Salvador recebi o troféu Luiz Mott, em Fortaleza ataquei de DJ na Music Box, enfim, são tantos lugares que eu ficaria citando por vários dias até me recordar de todos, mas posso garantir que todos os trabalhos que fiz me entreguei de corpo e alma.

O que você indica para os novos candidatos que querem ser Mr. Gay Brasil?
Cada candidato tem sua beleza e um caráter diferente, todos estão de parabéns por aceitar esse desafio. Sejam soltos e não se prendam tanto às regras. Mantenham o respeito e a postura sempre. Sejam normais e estudem bastante sobre projetos e leis da comunidade gay, isso vai ajudar muito no engajamento perante a sociedade. Mesmo entregando a faixa, sempre estarei pronto para lutar e me entregar, isso faz parte de mim e acho que deve fazer parte do próximo representante. Informações do site Mix Brasil